Mostrando postagens com marcador lenda. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador lenda. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O CASAMENTO À LUZ DA DOUTRINA ESPÍRITA


A vida na Terra se assemelha a uma viagem, cuja duração varia de pessoa para pessoa. Esta viagem é baseada em compromissos e tem como objetivo principal a conquista de virtudes.

O casamento, com a consequente formação de um lar, quando programado no mundo espiritual, é talvez o item mais importante dessa viagem, pois envolve a vida dos cônjuges e dos filhos.

Conclui-se, assim, que se João veio para se casar com Maria, irão se encontrar no momento exato, independentemente da nacionalidade, raça, cultura ou posição socioeconômica que tenham. A programação inclui também o número de filhos, legítimos ou adotivos, e o casal pode, usando o livre-arbítrio, diminuir ou aumentar esse número.

Nos livros 'Nosso Lar' e 'Vida e Sexo', ambos psicografados por Chico Xavier, há informações a respeito dos variados tipos de casamento que ocorrem no mundo, como casamentos acidentais, provacionais, sacrificiais, afins e transcendentais.

Os casamentos acidentais não foram planejados na vida espiritual. São motivados por interesses imediatistas, como atração física, fuga do lar, interesse material, vaidade e outros interesses materialistas. Esses casamentos, por não se sustentarem em bases morais e éticas, nunca são venturosos e facilmente se dissolvem.

Os casamentos provacionais são programados pela espiritualidade e são verdadeiros reencontros de almas para os reajustamentos necessários à evolução delas. É por essa razão que há tantos lares onde reina a desarmonia, onde impera a desconfiança, e onde os conflitos morais se transformam, tantas vezes, em dolorosas tragédias.

Deus permite a união desses espíritos, inimigos do passado, para que possam, pelo convívio diário, dissolver o ódio que marcou a relação deles no passado, abrindo assim espaços emocionais para o amor e o perdão.

Embora provacional, trata-se de uma união planejada no mundo espiritual, e por isso, os espíritos superiores contribuem para que os cônjuges se encontrem e se apaixonem um pelo outro. Com o passar do tempo, após o casamento, o encantamento inicial se fragiliza diante das lembranças inconscientes do passado que vão aflorando. Surgem, então, as dificuldades de relacionamento na vida conjugal.

Os casamentos sacrificiais, também programados no plano maior, são uniões de sacrifício para um dos cônjuges, que é muito mais evoluído em relação ao outro. Deus permite, neste caso, o reencontro de um espírito iluminado com um espírito inferiorizado. Acontece quando um espírito mais evoluído se propõe a ajudar aquele outro que se atrasou na jornada evolutiva. Quem ama não consegue ser feliz deixando na retaguarda, torturado e sofredor, alguém de sua afeição. Reencarna apenas para receber o retardatário como cônjuge, estimulando-o com seu carinho e sua luz a seguir o caminho do bem.

Os casamentos transcendentais consistem na união de dois espíritos evoluídos para realizarem, em conjunto, uma tarefa em favor da coletividade. São espíritos afins que se unem no mundo para o desempenho de tarefas especiais em favor do próximo.

Sendo a Terra um planeta de provas e expiações, a grande maioria dos consórcios realizados são provacionais; os cônjuges têm ligações de vidas passadas e se encontram em processo de reajustamento. A Espiritualidade os une, através das leis do mundo, para que possam, pelo convívio diário, transformar a animosidade de ontem em laços de fraternidade e amor.

A prova disso é a desarmonia, os desentendimentos e os problemas morais, que terminam, às vezes, lamentavelmente, em agressões físicas. Nesses lares estão reunidos os mais variados tipos evolutivos para o reajuste, através da tolerância, paciência e o perdão das ofensas. Pois é na oficina do lar que haveremos de compreender e pôr em prática as lições de Jesus sobre o amor incondicional, a caridade e o perdão.

Por isso, o casamento é uma experiência muito rica, pois é no laboratório do lar que encontraremos a abençoada oportunidade de fazer das imperfeições do cônjuge o necessário buril para lapidar o nosso espírito desajustado, nos preparando assim para os grandes testemunhos que a vida nos cobrará para que possamos evoluir.

Ninguém se casa para sofrer. Via de regra, as pessoas se casam porque se amam e querem seguir juntas na vida. Ninguém se casa pensando na separação. Mas para o êxito desse compromisso, é imprescindível que a tolerância reine nos corações dos cônjuges. Eles precisam compreender, principalmente, que o ser amado, longe de ser a 'metade' do outro, possui uma individualidade própria que deve ser respeitada para que o casamento atinja seu objetivo.

Respeitar a individualidade do outro é um dos ingredientes imprescindíveis para um casamento harmonioso.

Divaldo Franco, no livro 'Sexo e Obsessão', conta uma história para ilustrar essa necessidade de os cônjuges respeitarem a individualidade um do outro quando se busca a plenitude conjugal.

Conta-nos, então, uma lenda que diz o seguinte:

Um jovem casal indígena, que se amava profundamente e desejava contrair núpcias, apresentou-se ao pajé da tribo para receber suas sábias orientações. Estavam radiantes e felizes, e prometiam nunca se separar. Desejavam fundir-se em um só ser.

O sacerdote da tribo concordou em orientá-los; entretanto, solicitou que os jovens executassem uma tarefa antes do casamento. Ao jovem índio foi pedido que trouxesse uma bela águia, e à sua companheira, que encontrasse um falcão. Não seria uma tarefa difícil para eles, pois faziam parte de uma tribo dedicada à criação de aves de rapina, e os índios eram treinados desde criança para esse mister. Saíram e, passados alguns dias, trouxeram as aves, radiantes pelo sucesso da tarefa.

O pajé, com um sorriso enigmático, olhou para eles e perguntou: 'Querem ser felizes para sempre? Querem viver juntos sem jamais se separarem? Então observem.'

Tomou a águia e amarrou uma de suas patas à pata do falcão, ligando assim uma ave à outra. Logo depois, soltou-as para que pudessem voar. Cada uma delas, no entanto, queria tomar um rumo diferente; cada uma queria seguir para uma determinada faixa do céu. As tentativas de voar livremente foram se sucedendo, e quando perceberam que não conseguiriam o intento, começaram a se bicar, ferindo-se mutuamente. O curandeiro libertou-as rapidamente para que não se destruíssem, e as aves, então, sentindo-se livres, voaram felizes, buscando o azul do infinito.

Assim é o casamento. Ele só será harmonioso se os cônjuges forem livres para exercitar suas potencialidades, sem amarras, sem grilhões e sem que um tenha que impor ao outro sua forma de pensar, agir ou sentir. Somente respeitando a individualidade um do outro será possível chegar ao final da jornada com a tarefa cumprida perante as leis divinas.

quarta-feira, 29 de abril de 2015

AMOR AO PRÓXIMO


O Evangelho segundo Mateus, capítulo XXII, versículos 34-40, relata que, certa vez, um doutor da lei, no meio da multidão, questionou Jesus: "Mestre, qual é o maior mandamento da lei?"

Em resposta, Jesus lhe disse: "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é amarás ao teu próximo como a ti mesmo." Jesus concluiu afirmando que esses dois mandamentos englobam toda a lei.

De fato, toda a doutrina de Jesus está fundamentada no amor. No entanto, parece-nos improvável que alguém possa amar a Deus sem antes amar o seu próximo como a si mesmo.

O amor é o único caminho que possibilita a verdadeira felicidade, pois representa a maior conquista do espírito. Nenhum outro valor espiritual terá importância se o amor por si mesmo e pelo próximo não habitar em nossos corações.

O apóstolo Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios, foi enfático a esse respeito:

 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. O amor não é invejoso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal. O amor tudo supera, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba.

Jesus nos apresentou uma fórmula muito simples sobre como amar o próximo: fazer a ele tudo aquilo que desejamos para nós mesmos. No entanto, a inferioridade moral que caracteriza os seres humanos muitas vezes influencia as relações com o próximo de maneira diferente, levando-nos a exigir muito dos outros ou a dar somente na medida em que recebemos.

O amor exemplificado por Jesus se traduz em doação total, sem a expectativa de qualquer retorno. Esta lição pode parecer dura no início, mas se torna mais fluida quando exercitada.

Para ilustrar essa ideia, uma lenda chinesa conta a história de uma jovem chamada Lin, que se casou e foi viver com seu marido na casa da sogra. Com o tempo, Lin percebeu que não se adaptava à mãe de seu esposo. Seus temperamentos eram muito diferentes, e a jovem ficava irritada com muitos dos hábitos e costumes da sogra, criticando-os cada vez mais frequentemente.

Com o passar dos meses, as coisas foram piorando gradualmente a ponto de a convivência naquela casa se tornar insuportável. No entanto, de acordo com as antigas tradições da cultura chinesa, a nora tinha o dever de servir a sogra e obedecer a ela em tudo.

Diante dessa situação, a jovem Lin, incapaz de suportar a ideia de continuar vivendo com aquela mulher, tomou a decisão de consultar em segredo um Mestre, que era um velho amigo de seu pai. Após ouvir a jovem, o Mestre Huang pegou um ramalhete de ervas medicinais e disse a ela:

"Para se livrar de sua sogra, você não deve usar estas ervas de uma única vez, pois isso poderia causar suspeitas. Em vez disso, misture-as com a comida aos poucos, dia após dia, para que ela seja envenenada lentamente. E para ter certeza de que, quando ela morrer, ninguém suspeitará de você, deverá tratá-la sempre com amizade. Evite discussões e ajude-a a resolver seus problemas."

No entanto, é importante notar que esta história não promove ou incentiva ações prejudiciais a outras pessoas. Ela serve apenas como uma ilustração de uma situação difícil e como um exemplo de como a compaixão e a paciência podem ser alternativas mais positivas para resolver conflitos familiares.

A história de Lin continua, mostrando que ela ficou muito contente e voltou entusiasmada com o projeto de melhorar seu relacionamento com a sogra, não de assassiná-la. Durante várias semanas, Lin serviu uma refeição especial à sogra, alternando os dias. Ela sempre tinha em mente a recomendação do Mestre Huang de evitar suspeitas, controlando seu temperamento, obedecendo à sogra em tudo e tratando-a como se fosse sua própria mãe.

Com o passar de seis meses, a família inteira passou por uma transformação notável. Lin aprendeu a controlar seu temperamento e raramente se irritava. Durante esse período, ela não teve uma única discussão com a sogra, que também se tornou muito mais amável. As atitudes da sogra mudaram a ponto de ambas começarem a se tratar como mãe e filha. Esta história destaca como a compreensão, a paciência e a empatia podem transformar relacionamentos conflituosos em laços familiares mais fortes.

Nesse dia, Lin procurou o Mestre Huang para pedir ajuda:

"Mestre, por favor, ajude-me a evitar que o veneno que estou dando à minha sogra a mate. Ela se tornou uma mulher tão agradável, e agora gosto dela como se fosse minha mãe. Não quero que ela morra por causa do veneno que tenho dado."

Mestre Huang sorriu e balançou a cabeça:

"Lin, não se preocupe. Sua sogra não mudou. Quem mudou foi você. As ervas que lhe dei são vitaminas para melhorar a saúde. O veneno estava em suas atitudes, mas foi gradualmente substituído pelo amor e carinho que você começou a dedicar a ela."

Essa história ilustra como o amor, assim como todas as outras virtudes da alma, se desenvolve por meio do autoconhecimento e da prática constante. Mostra que a mudança positiva nas relações e a transformação pessoal podem ser alcançadas através do cuidado, compreensão e empatia em vez de atitudes prejudiciais.

sábado, 24 de março de 2012

FÉ INABALÁVEL: O MAIOR TESOURO














A história ocorreu em tempos distantes, num país igualmente distante, onde um rei ficou incomparavelmente famoso por ser detentor de um tesouro inigualável. Tanto se falou nessa preciosidade, que um estrangeiro foi até o palácio real pedir licença ao monarca para poder olhar de perto tamanha fortuna.

O visitante pediu licença ao rei para poder percorrer o palácio e contemplar de perto tamanha riqueza, até então desconhecida por qualquer ser humano.

O rei concordou com o pedido, mas impôs ao estrangeiro uma condição: para poder conhecer toda a sua fortuna, o forasteiro deveria atravessar o palácio carregando uma vela acesa sem deixar que ela se apagasse de forma alguma. Se a vela se apagasse, o forasteiro seria sumariamente degolado, sem direito a nenhuma apelação. Sedento para conhecer a riqueza do rei, o estrangeiro concordou de pronto e iniciou a peregrinação pelo palácio, preocupado em não deixar que a chama da vela que carregava nas mãos se apagasse.

No entanto, eram tantas as correntes de ar que circulavam no palácio, vindas dos vários cômodos, que o homem, preocupado em não deixar a vela se apagar, sequer conseguiu virar a cabeça para os lados para contemplar os possíveis tesouros que ali estivessem guardados, porque, se ele se descuidasse da chama da vela, ela poderia se apagar e ele pagaria com a própria vida.

Após terminar a visita pelo palácio, o rei perguntou ao estrangeiro qual a impressão que ele tivera de sua fortuna e o que o tornara o rei mais famoso do mundo.

O forasteiro, decepcionado, respondeu ao rei que nada pudera contemplar porque sua preocupação maior era com a chama da vela que deveria manter acesa para garantir a própria vida.

Então, o rei, sorrindo, bateu nos ombros do homem e lhe disse que nada havia para ser visto, pois em seu palácio não havia tesouro algum; seu verdadeiro tesouro estava em seu coração, era o tesouro de sua fé. Por isso, era ele o rei mais famoso do mundo, porque possuía o maior tesouro que um homem pode possuir: o tesouro da fé inabalável que lhe permitia suportar os vendavais do mundo com firmeza, equilíbrio e serenidade.