quinta-feira, 18 de outubro de 2018
A PARÁBOLA DO RICO E LÁZARO
sábado, 31 de março de 2018
A ÚLTIMA CEIA
A tradição católica celebra a Paixão, Morte e a ressurreição de Jesus Cristo, em cerimoniais litúrgicos que em data definida no calendário católico, conhecida como Semana Santa. O Domingo de Páscoa, nessa tradição, é dedicado à celebração da ressurreição de Jesus, simbolizando, sobretudo, a vitória da vida sobre a morte.
A Páscoa judaica é uma das celebrações mais significativas para o povo judeu, pois marca a libertação dos hebreus da escravidão no Egito, que se estendeu por aproximadamente quatrocentos anos. Notavelmente, os últimos dias de Jesus na Terra coincidiram com as festividades dessa Páscoa judaica
Jerusalém era uma cidade santa para o povo judeu, pois abrigava o grandioso Templo de Salomão, onde se realizavam as principais cerimônias religiosas. Por essa razão, durante as celebrações, a cidade se enchia de peregrinos. Pessoas de toda a Palestina partiam em romaria rumo a Jerusalém para participar das festividades da Páscoa, que se estendiam por oito dias.
No entanto, naqueles dias, Jesus, que era judeu, estava ausente de Jerusalém. Ele havia se dirigido com seus discípulos para Betânia, atendendo ao chamado de amigos muito queridos: Marta e Maria, irmãs de Lázaro.
As irmãs enviaram mensagem a Jesus, implorando sua presença, pois Lázaro estava gravemente doente (João 11, 1-3). Jesus, ao chegar em Betânia, descobre que Lázaro já estava no sepulcro há quatro dias e que seu corpo já exalava mau odor (João 11, 39)
Jesus, diante de um expressivo número de testemunhas, dirigiu-se ao sepulcro e ordenou: "Lázaro, sai para fora!" (João 11:43). Esse foi o milagre mais notável realizado por Ele. As pessoas presentes ficaram perplexas e maravilhadas. Nunca antes na história alguém havia feito algo semelhante. A notícia desse fenômeno espalhou-se rapidamente por toda a Palestina. Muitos viajaram até Betânia para verificar os fatos e se depararam com a extraordinária realidade: Lázaro estava vivo!
Jesus retorna a Jerusalém, cidade que estava repleta de pessoas devido às comemorações da Páscoa. Ao saber que Jesus estava a caminho de Jerusalém (João 12:12), o povo, em êxtase, entoou hinos e salmos, lançando ramos de palmeiras ao chão para criar um tapete verde em homenagem à passagem do rei. Após o milagre da ressurreição de Lázaro, o povo não tinha mais dúvidas: Jesus era o rei, o Messias esperado que viria para libertar os judeus do domínio romano.
Jesus entra na cidade, mas não da maneira tradicional da época, quando os reis, após vencerem guerras, faziam sua entrada triunfal montados em cavalos e corcéis majestosos. Jesus, o Príncipe da Paz, adentra a cidade montado em um jumento, simbolizando que sua vitória é sobre o mundo e que seu reino é fundamentado no amor e na paz.
Os fariseus já haviam decidido que Jesus deveria morrer (João 11:53-57), mas não se atreveram a prendê-lo diante do povo em êxtase. Era necessário capturá-lo em um momento de isolamento. Jesus, ciente de sua situação, não evitava os fariseus e sabia que sua hora de partir estava próxima (João 11:1). No entanto, Ele tinha um desejo ardente de celebrar a última ceia da Páscoa com seus discípulos (Lucas 22:11). Por isso, buscava um local seguro para se reunir com eles, longe dos olhares e mira farisaica.
Jesus, então, envia Pedro e João às portas da cidade com uma missão: encontrar um homem carregando um cântaro. Esse homem os conduziria até sua casa, onde celebrariam a última ceia. O homem do cântaro, uma figura misteriosa cujo nome e origem não são registrados nos evangelhos, generosamente ofereceu sua casa para que Jesus e seus discípulos realizassem a celebração (Lucas 22:8-13).
A última ceia, também conhecida como a ceia da Páscoa, nos legou inúmeros ensinamentos. A descrição desse momento nos quatro evangelhos é repleta de conteúdo espiritual, tão vasto que é desafiador enumerar todos os pontos sem tornar a leitura exaustiva.
Por isso, selecionamos três tópicos para uma breve reflexão.
1- Na última ceia, Jesus anunciou a vinda do Consolador prometido, interpretado por alguns como a doutrina espírita. Conforme João 14:15-26: "Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre." (João 14:15) "Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito." (João 14:26).
A doutrina espírita não foi concebida pelos homens do mundo, mas revelada ao mundo pelas vozes celestiais. Allan Kardec foi o instrumento escolhido por Jesus para codificar os ensinamentos oriundos do além. Da mesma forma que Moisés recebeu os Dez Mandamentos diretamente dos céus, Allan Kardec, com a ajuda de diversos médiuns, recebeu das esferas sublimes, cumprindo-lhe apenas sistematizar e codificar os conteúdos transmitidos pelos espíritos.
O espiritismo representa a concretização da promessa feita por Jesus naquela última ceia. Pois, após Ele, nenhuma outra doutrina religiosa ou filosófica chegou à Terra proveniente dos céus.
O espiritismo reaviva os ensinamentos do Cristo, fornecendo a chave para a interpretação de diversos textos que, à primeira vista, parecem enigmáticos. Isso porque, naquela época, o mundo ainda não estava preparado para compreender todos os ensinamentos transmitidos pelo Senhor.
Foi necessário que a humanidade progredisse em conhecimentos filosóficos e científicos para adentrar nos ensinamentos profundos ministrados pelo Cristo. Esse avanço também foi crucial para a compreensão dos temas abordados nas cinco obras que compõem a doutrina espírita: "O Livro dos Espíritos", "A Gênese", "O Livro dos Médiuns", "O Céu e o Inferno" e "O Evangelho Segundo o Espiritismo".
2- Foi também naquela última ceia que Jesus destacou as duas maiores virtudes que a humanidade deve cultivar. Conjugadas nos verbos "amar" e "servir", elas habilitam o ser humano a aspirar à angelitude.
O verdadeiro amor é a manifestação de todas as outras virtudes. Quem ama, perdoa incondicionalmente. Quem ama demonstra paciência, tolerância, misericórdia, mansidão e é, ao mesmo tempo, pacífico e pacificador.
O apóstolo Paulo, ao abordar o tema do amor em sua primeira carta aos Coríntios, fez isso de maneira tão bela e profunda que sua mensagem foi transformada em versos e reverberou pelo mundo.“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como um bronze que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá.
Naquela última ceia, Jesus disse aos discípulos: "Amai-vos uns aos outros. Não apenas como amais a vós mesmos, mas amai-vos ainda mais, como eu vos amei. Pois os meus discípulos serão reconhecidos por muito amarem." (João 13:34). Um discípulo de Jesus é identificado pela sua capacidade de amar os demais seres do mundo exatamente como eles são.
Deus ama todas as suas criaturas, do verme ao anjo, com igualdade. Seu amor é incondicional, abrangendo tanto o algoz quanto a vítima. No livro "Paulo e Estevão", psicografado por Chico Xavier e ditado pelo espírito Emmanuel, na última página, após o desencarne do apóstolo Paulo, Jesus, acompanhado de Estevão, vai ao encontro do espírito de Paulo. Ele lhe diz que é da vontade do Pai que verdugos e mártires se unam eternamente em Seu reino. O amor é a mais elevada conquista da criatura humana, essencial para a ascensão à angelitude.
No entanto, o amor é verbo que não se conjuga sozinho, pois quem ama serve.
Quando Jesus anunciou, naquela última ceia, sua partida e a iminente chegada do Reino de Deus, os discípulos começaram a debater sobre quem seria o maior nesse Reino. A situação foi descrita em Lucas 22:24-27. Jesus, então, esclareceu-lhes que, no Reino de Deus, o maior será sempre aquele que mais serve, que mais se dedica, e que auxilia a todos sem queixas.
"Amar" e "servir" são dois verbos que, quanto antes soubermos conjugar, mais felicidade e saúde alcançaremos.
3- Também naquela última ceia, Jesus revelou a traição de Judas e a negação de Pedro. Estes episódios merecem profunda reflexão, pois representam dois arquétipos, dois padrões psíquicos universais intrínsecos à condição humana. Ao expor a negação e a traição diante daquela assembleia, Jesus empregava métodos terapêuticos buscando induzir Pedro e Judas à introspecção. Durante toda a ceia, através de suas palavras e ações, ambos projetavam sombras internas, aspectos ocultos do inconsciente que necessitavam ser trazidos à luz.
Jesus os convoca a introspecção.
Tendo advertido Pedro, o diálogo com Judas adquiriu maior profundidade. Jesus captava as emanações perturbadoras da atmosfera psíquica de Judas e procurou socorrê-lo, agindo como um professor que facilita o processo de aprendizado do discípulo.
Jesus empenha-se em auxiliar Judas no processo de despertar, permitindo que o discípulo aproveite os últimos momentos ao seu lado e se liberte da letargia que o mantinha preso no mundo
Após anunciar que seria traído e que o traidor seria identificado ao qual desse um pedaço de pão, todos acompanharam o gesto de Jesus em direção a Judas (João 13,26). Todos escutaram quando o Mestre disse a Judas: "Faça logo o que você tem que fazer" (João 13,27). Judas levantou-se e foi negociar com os fariseus a entrega de Jesus. Seria esse o papel destinado a Judas? Era essa a intenção de Jesus em relação a Judas? Será que Judas veio ao mundo com esse propósito?
É óbvio que não. A frase dita por Jesus objetivou o despertar de Judas, com o fim de lembrá-lo de sua missão na Terra. Ninguém tem como missão cometer crimes, erros ou equívocos. Todos nós temos como missão vencer a nós mesmos, superando hábitos e costumes equivocados que adquirimos em encarnações passadas.
Judas estava completamente conectado com as ilusões do mundo material. Ele desejava que Jesus alcançasse o poder terreno. Ele acreditava firmemente que, ao entregar Jesus ao Sinédrio, isso resultaria em uma guerra civil e que sairiam vitoriosos. Isso se devia ao fato de que apenas algumas horas antes, a multidão em Jerusalém havia aclamado Jesus como o rei dos judeus (João 12,13).
Jesus decifra a intimidade de Judas e busca despertá-lo, pois Judas, assim como todos nós, tinha a missão de transformar sua perspectiva em relação ao mundo e a si mesmo.
Judas viveu ao lado de Jesus durante todo o seu ministério de amor. Recebeu o melhor alimento espiritual diretamente da fonte mais pura e, tendo nutrido o espírito, chegou o momento de realizar a tarefa que lhe foi designada.
Da mesma forma, somos como ele. Estamos recebendo alimento espiritual da fonte há quanto tempo? Há quanto tempo nos nutrimos do amor que extraímos das lições de Cristo? Para todos nós também chegou a hora de agir prontamente, realizando aquilo para o qual viemos ao mundo.
Há uma frase que diz que os dias mais importantes de toda nossa vida são dois; o dia em que nascemos e o dia em que descobrimos o porquê nascemos.
Sabemos que estamos neste mundo com o propósito de evoluir, um objetivo que somente pode ser alcançado através do autoconhecimento. Devemos permitir que as transformações ocorram, sempre utilizando Jesus como nosso ponto de referência, modelo e guia. Ele nos serve como inspiração e direção na busca por nos tornarmos melhores versões de nós mesmos.
Chega o momento para todos nós de realizar esse trabalho de forma rápida, depressa, deixando para trás as ilusões do mundo e voltando-nos para o nosso interior. Já gastamos muito tempo e energia na busca por conquistas materiais que, eventualmente, serão consumidas pelo tempo. Isso é apenas uma questão de tempo!
Assim como Judas, se continuarmos presos a ilusões, também trairíamos Jesus através de nossa inércia. A inércia se configura como traição daqueles que não se movem em direção à transformação moral, sendo que viemos a este mundo justamente para cumprir essa tarefa. Se não agirmos rapidamente para realizar aquilo para o qual viemos, a oportunidade passará, a encarnação passará, e encerraremos nossa jornada com a sensação de falha, acreditando que traímos nosso projeto encarnatório e, ainda mais dolorosamente, que traímos Jesus.
Quando perguntaram a Chico Xavier qual era a maior a dificuldade que os espíritos enfrentam após a morte, respondeu a maior antena psíquica que o mundo já conheceu: A questão mais aflitiva para o espírito no Além é a consciência do tempo perdido.
segunda-feira, 12 de março de 2018
PARÁBOLA DOS DOIS ALICERCES
Todo aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica, será comparado ao homem prudente, que edificou sua casa, cavou fundo, aprofundou e colocou os alicerces sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos, precipitaram-se contra aquela casa, mas não desabou pois fora edificada sobre a rocha. Mas o que ouve as minhas palavras e não pratica será comparado ao homem tolo, que edificou sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos, chocaram-se contra aquela casa; desabou, e foi grande a sua queda. Mateus 7:24-27 e Lucas 6:46-49.
A parábola dos dois alicerces, com as luzes que lhe são projetadas pela revelação espírita, permite-nos compreender que Jesus falava sobre dois padrões mentais, dois níveis de consciência.
No primeiro nível, representado pelo homem prudente (lúcido e desperto), temos a imagem do ser que faz o movimento para dentro de si (autoconhecimento). O homem aprende as lições de Jesus e as incorpora em seu comportamento, ou seja, ele vivencia as experiências da vida de acordo com o que aprendeu com o Cristo. Ele é consciente, tanto do ponto de vista psicológico quanto espiritual, de que sua felicidade não reside em atender às demandas do ego. Ele compreende que as lições do Mestre constituem um roteiro seguro para a conquista da saúde, da paz, da plenitude espiritual e da felicidade. Por isso, ele coloca em prática aquilo que aprende.
No segundo nível de consciência, representado pelo homem tolo, observamos a imagem de alguém que se direciona para o exterior, para o mundo ao seu redor. Assim, ele absorve os ensinamentos de Jesus, mas não consegue vivenciá-los. Isso acontece porque a criatura humana que ainda não despertou para a realidade superior da vida se dedica principalmente aos aspectos materiais e à satisfação das necessidades fisiológicas. Embora ele ouça os ensinamentos de Jesus, a imagem do Mestre continua sendo algo simbólico ou uma realidade distante de sua própria existência.
De forma concisa, podemos compreender que o primeiro homem prudente se concentra em seu mundo interior, enquanto o segundo homem está voltado para o mundo exterior. Um vive no reino de Deus, que está dentro, enquanto o outro vive no reino do mundo, que está fora. O primeiro encara as experiências da vida com clareza espiritual; o segundo ainda está adormecido do ponto de vista psicológico e espiritual. O primeiro escuta as lições de Jesus e prontamente se esforça para colocá-las em prática; o segundo ouve as lições, aprecia-as muito, as considera belíssimas, mas não as incorpora, pois não encontra a disposição interna para fazê-lo.
De acordo com a parábola, o primeiro padrão de consciência consegue enfrentar as provações e expiações que lhe são apresentadas. Ele aceita sua natureza espiritual imperfeita e é capaz de dominar os impulsos do ego. Por outro lado, o segundo padrão de consciência não consegue lidar com as provações mais desafiadoras, nem mesmo é capaz de aceitar sua própria imperfeição espiritual. Ele não consegue controlar os impulsos provenientes do inconsciente e, como resultado, ele sofre com doenças, vícios variados, depressão e, em situações extremas, pode até recorrer ao suicídio. A parábola enfatiza que a queda desse segundo padrão de consciência é significativa e dramática.
O evangelho de Jesus ilustra esses dois padrões mentais através das figuras de Judas e Pedro. Ambos conviveram com o Cristo e absorveram seus ensinamentos, mas quando confrontados com provações, ambos acabaram traindo o Mestre.
Judas, movido por ambições pessoais, o traiu por trinta moedas de prata, revelando uma falta de comprometimento com os princípios e ensinamentos recebidos. Sua traição representa a falha de um padrão de consciência que não conseguiu resistir às tentações mundanas. E, ao tomar consciência do grande erro praticado, não consegue suportar-se e acaba cometendo suicídio, pois sua casa estava edificada sobre a areia.
Por outro lado, Pedro, que nutria profunda lealdade e amor por Jesus, encontrou-se em um momento de fraqueza e negou conhecê-lo em três distintas ocasiões durante Sua prisão. Isso reflete um momento de fraqueza, onde Pedro cedeu ao medo e à pressão social, contrariando os princípios que havia aprendido com o Enviado.
No entanto, quando o galo canta pela terceira vez, Pedro percebe o equívoco cometido e empreende um movimento para reparar sua própria vida e reconstruí-la, tornando-se um dos maiores baluartes do cristianismo primitivo, porque sua casa estava edificada sobre a rocha.
Pedro movimentava-se para dentro, enquanto Judas voltava-se para o mundo exterior.
Ambos os casos destacam a dualidade da natureza humana, onde a capacidade de viver de acordo com os ensinamentos espirituais pode ser desafiada pelas fraquezas e tentações do mundo material. É um lembrete de que até mesmo aqueles que aprenderam diretamente com Jesus não estavam imunes às lutas internas entre os padrões de consciência.
Para identificarmos em que nível de consciência nos encontramos nesta encarnação atual, basta refletirmos sobre a frase proferida por Jesus: "Onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”
E onde está o nosso tesouro? Ou seja, quais os aspectos da vida nos chamam mais atenção? Com o que nos ocupamos e nos preocupamos? Que tipo de pensamentos temos alimentado e nutrido?
As respostas a essas perguntas informam como estamos gastando a nossa energia psíquica e isso determina o nosso nível de consciência, não do ponto de vista fisiológico, mas sim do ponto de vista espiritual. No entanto, se as nossas reflexões indicarem que estamos seguindo o mesmo padrão mental do homem tolo, é importante considerar os esforços que podemos fazer com Jesus para alcançar o padrão mental que já vislumbramos e desejamos atingir.
E, para isso, a doutrina espírita vem ao nosso socorro para nos ensinar como proceder. A questão 919, do Livro dos Espíritos, nos indica o caminho: "Conhece-te a ti mesmo." O Espírito Santo Agostinho nos orienta sobre como percorrer essa trajetória indicada.
Construir a casa sobre a rocha, vivenciando os ensinamentos de Jesus, é uma tarefa que ocorre no mundo íntimo. Contudo, a edificação dessa estrutura no campo dos sentimentos requer um esforço árduo e contínuo de autoconhecimento.
Isso possibilita que o indivíduo reduza as demandas do ego e, aos poucos, as supere, abrindo espaço para a manifestação do Eu interior (Self).
É o homem velho dando lugar ao homem novo. Não se trata de uma batalha interna, mas sim de iluminar as sombras internas, conforme o convite de Francisco de Assis: "Onde houver trevas, que eu leve a luz.”
Este é o propósito do autoconhecimento: iluminar nossa mente interior para que, ao sermos iluminados pelo conhecimento e pela vivência dos ensinamentos do evangelho de Jesus, possamos percorrer nosso caminho sem tropeços.